domingo, 13 de junho de 2010

Estrutura das escolas

A rede pública das escolas do Rio sempre foi muito criticada. Nas 3 escolas visitadas para fazer essa matéria, no item estrutura, todas mostraram algum problema. Sabemos claro, que elas estão longe ser e oferecer a qualidade que uma escola particular oferece, por exemplo, mas algumas condições encontradas não tem explicação.


Janelas, ventiladores e cadeiras quebradas, parede rachada, buracos no chão e lâmpadas queimadas foram alguns dos problemas encontrados. Na parte das crianças menores, os brinquedos também apresentam péssimas condições e podem até mesmo oferecer riscos.

Segundo Laura Costa, que foi buscar a filha de 7 anos em uma das escolas localizadas no Lins, sua filha já caiu de um dos balanços que estava enferrujado. "Ela estava brincando e o balanço caiu porque a corrente já estava muito enferrujada e velha. Graças a Deus não aconteceu nada, mas poderia ter sido pior", conta.


Alguns dos danos são causados pelos próprios alunos que não respeitam a escola. Mesmo chamando a atenção dos estudantes, professores não conseguem evitar os estragos. "O governo tem culpa por não cuidar da estrutura, mas os alunos também tem. Eles mesmo estragam os bebedouros e riscam as cadeiras", comenta Janete Moura, inspetora.



Interessante:
Ensino público no Brasil x Ensino Público no Japão

Professor x Aluno

Não é de hoje que a relação entre professores e alunos é bastante complicada. Notas consideradas injustas, problemas com faltas e desrespeito em sala de aula são alguns dos problemas que ocorrem nas escolas. Porém, em alguns casos, essas situações passam do limite. Nas escolas públicas, onde o controle dos alunos é menor e muitas vezes estão localizadas em locais violentos, problemas que seriam muitas vezes solucionados com uma simples conversa acabam gerando até mesmo agressões físicas.

E foi isso que aconteceu na Escola Estadual José Eduardo Macedo. Um aluno insatisfeito com a nota da prova de história, após ameaçar verbalmente a professora, ainda lhe deu um tapa no rosto. Para Lúcia Bastos, a professora agredida, restou o medo de situações mais graves. "Esse caso aconteceu tem uns meses, mas até hoje me preocupo. O aluno já saiu da escola, mas ele mora aqui por perto e tenho receio que faça alguma coisa."

E esses problemas, que muitas vezes não são informados pela mídia, acontecem que mais freqüência do que muitos imaginam. Além da escola estudal citada acima, nas outras duas visitadas foram encontradas ao menos  duas professoras que já tenham sofrido algum tipo de agressão.

Segundo elas, fazer queixa seja na direção da escola ou na própria polícia é algo que não vale a pena. "A direção da escola também tem medo e por isso não pune o aluno e na polícia dizem que não podem fazer nada", conta Renata Luz, professora de português da Escola Municipal Lins de Vasconcelos.

E muitas vezes não é nem o próprio aluno que agride o professor. Segundo a inspetora da Escola Lins, que não quis se identificar, ela já viu uma mãe de aluno agredir uma professora por ela ter liberado sua filha 15 minutos depois do horário.

Os funcionários estão de mãos atadas e pedem mais seguranças nas escolas e punição para os alunos. A Secretaria Estadual de Educação não quis se manifestar sobre o assunto.



Veja mais:
Problemas entre professores e alunos ocorrem em diversas escolas pelo estado do Rio

Rio Card

Todos que conhecem alguém que estuda em uma escola da rede pública já deve ter ouvido reclamações a respeito do Rio Card. Aquilo que deveria ser um direito dos estudantes muitas vezes é motivo de preocupação e falta dos alunos às aulas.

Segundo os estudantes, muitas vezes eles não recebem o cartão ou recebem dias após o início das aulas. Alguns ainda afirmaram que até ganharam na data prevista, porém na hora de utilizar ele apresentou problemas. Augusto Silva, de 13 anos, é estudante da Escola Estadual José Eduardo Macedo, no Lins de Vasconcelos e contou que na primeira vez em que foi utilizar o Rio Card, ele apresentou defeito e não pode ir a aula. "Entrei no ônibus e passei o cartão, mas ele foi recusado. Tive que voltar para casa, porque não tinha como pagar a passagem", explica.



E não foi só ele que passou pelo problema. Júlia Almeida, de 15 anos e estudante da mesma escola de Augusto, afirmou ter passado pela mesma situação. "Comigo aconteceu igual, meu Rio Card não funcionou, a minha sorte que tinha dinheiro e pude pagar a passagem e não perdi aula. Mas tem gente que só vai a escola graças ao cartão".

A maioria dos alunos se mostrou insatisfeito com o serviço. Alguns disseram que receberam o Rio Card, porém após o início das aulas. "Eu recebi 15 dias depois que as aulas começaram", conta Felipe Souza, de 12 anos.

E os professores confirmam. Segundo eles, muitos alunos faltam as aulas devido aos problemas em pegar as conduções e isso acaba prejudicando o rendimento dos estudantes, que desanimam em ir a escola ou ficam com receio de ter que voltar para casa. "Muitos ficam com notas baixas pois os cartões apresentam problemas ou os alunos nem o recebem", explica Maria da Conceição, professora de português da Escola Municipal Lins de Vasconcelos.




Veja mais:
Audiência pública na Alerj discute problemas na emissão do Rio Card
http://migre.me/QLNT